Prof.ª Maria Luiza Redentora:

"...Mesmo que para isso tenha que dar minha cara a tapa, e lançar-me na guerra sem armadura,
vou peitar isso tudo mesmo que fique aqui só e insegura..."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A respeito da paz...

Vou falar sobre a guerra. Vasculhando as coisas do meu irmão outro dia, a procura de um antigo jogo, encontrei diversos livros ótimos guardados em um lugar que eu jamais imaginaria. Entre eles eu encontrei um chamado "Vozes Roubadas", havia também "1984", "Revolução dos Bichos", "Capitães da Areia". O livro é muito interessante! Ele traz compilado diversos diários que crianças e jovens, em diversas guerras, escreveram, desde a primeira guerra mundial, até a mais recente invasão do Iraque, passando pela segunda guerra, Vietnã e Intifada.


Este é um trecho do diário de Piete Kuhr (12 anos) na Alemanha, em 14 de Agosto de 1914:


"Agora há barricadas nas pontes das nossas estações de trem. Por toda a parte há sentinelas. Nas pontes há cartazes que dizem "Dirijam Devagar!". Todo motorista é interrogado e todo veículo, revistado. Ninguém que esteja atravessando uma ponte pode demorar-se sobre ela. Trens militares passam por sobre as pontes. Subitamente tem-se a sensação de que o inimigo está bem próximo.
(...)
Novos refugiados chegaram da Prússia Oriental. Desta vez eu os vi com os meus próprios olhos, mães, crianças, velhas e velhos. Alguns bem vestidos, outros, mal. Todos traziam trouxas e malas, roupa de cama, casacos e malas, tudo amarrado junto. O posto da Cruz Vermelha na estação cuida dos refugiados.
Uma mulher com crianças barulhentas ficava gritando "Para onde podemos ir? Para onde ir?". Desejei a ela boa sorte e disse: "Não se preocupe o imperador cuidará de todos nós!". "Pobre menina", disse a mulher (pronunciando-o de uma maneira esquisita), "uma criança como você não faz ideia de como é, não?" E as lágrimas correram por todo o seu rosto rechonchudo e vermelho."

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