Escrevo este post nauseado pela rápida pesquisa que realizei devido aos 65 anos da libertação dos campos de concentração nazistas de Auschwitz-Birkenau, pelas tropas soviéticas , no dia 27 de Janeiro de 1945.
Me é viceralmente perturbador ler os relatos de sobreviventes e me expor as fotos documentais da época. Meu sangue ferve em dor e se apimenta de desejos de vingança, carnal, a fim de levar a cabo uma outra guerra contra pessoas a tempos mortas ou já bastante envelhecidas. Investigando minha alma posso compreender claramente, em mim, o impulso que leva tantos jovens a guerra, e que provavelmente seria similar a outros tantos jovens que estariam do outro lado deste conflito que eu poderia ingressar.
O pior é: me considero pacifista, mas percebi que não sou. Dou graças a deus, sem crer em tal mentira, que muitos deram suas vidas para derrotar a Alemanha Nazista, e que puderam ajudar , enfim, os que resistiram aos horrores da Shoah -melhor dizer Holocausto, não foram só Judeus que morreram, apesar de serem o grupo amplamente maioritário.
Neste dia em que se relembra este feito, ofereço meus pensamentos as incontáveis (não é pleonasmo) vitimas cruelmente assassinadas; aos corajosos combatentes que morreram ajudando a extirpar esse mal - soou bem nazista isso, não? pois esse é o tamanho do meu ódio- e aos outros tantos veteranos e sobreviventes que carregam/carregaram no corpo e na mente as marcas desses tempos abomináveis.
"Queria gritar ao tempo que se demorasse, e não corresse. Queria recapturar o meu ano passado e guardá-lo para mais tarde, para a nova vida. Meu segundo sentimento hoje é o de força e esperança. Não sinto o menor desespero. Hoje fiz quinze anos de idade e vivo confiante no futuro, não me preocupo com ele, em vez disso tudo o que vejo diante de mim é o sol, o sol, o sol, o sol.
Yitskhok Rudashevski, Lituânia, 10 de Dezembro de 1942 (morreu por mãos nazistas por volta de outubro de 1943)
Nenhum comentário:
Postar um comentário