Cântico dos Cânticos
Bíblia - Antigo Testamento
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QUINTO CANTO
Prendas da amada
Ele.
4 És formosa, minha amiga, como Tersa,
encantadora como Jerusalém,
esplêndida como as constelações.
5 Aparta de mim teus olhos, porque eles me perturbam!
Teus cabelos são como um rebanho de cabras,
esparramando-se pelas encostas de Galaad.
6 Teus dentes são como um rebanho de ovelhas,
recém-saídas do lavadouro;
cada um com seu par, sem perda alguma.
7 Tuas faces são metades de romã,
na transparência do véu.
A predileta
Ele.
8 Sessenta são as rainhas,
oitenta as concubinas,
além de numerosas donzelas.
9 Uma só, porém, é a minha pomba, o meu primor:
única é ela para sua mãe,
é o encanto de quem a gerou.
Ao vê-la, felicitam-na as donzelas,
louvam-na as rainhas e as concubinas.
Coro.
10 Quem é esta que surge como a aurora,
bela como a luz, brilhante como o sol,
esplêndida como as constelações?
Ele.
11 Desci ao horto das nogueiras
para examinar os brotos da várzea
e ver se as vides já brotavam,
se floresciam as romãzeiras.
12 Sem me aperceber, minha fantasia me transportou
até às carruagens da nobre comitiva.
A dança
Coro.
1 Retorna, Sulamita, retorna!
Retorna, para podermos contemplar-te, retorna!
Ele.
O que vedes na Sulamita,
quando dança entre dois coros?
2 Como são belos teus passos nas sandálias,
ó filha de príncipes!
Os contornos de teus quadris são como colares:
obra das mãos de artista.
3 Teu umbigo é uma taça redonda:
não lhe falte vinho mesclado!
Teu ventre é um monte de trigo, cercado de lírios.
4 Teus seios são como duas crias,
como gêmeos de gazela.
5 Teu pescoço é como uma torre de marfim.
Teus olhos são como as piscinas de Hesebon,
junto à Porta Maior.
Teu nariz é como a torre do Líbano,
sentinela sobre Damasco.
6 Tua cabeça sobressai como o Carmelo;
e as madeixas de tua cabeça são como fios de púrpura,
que nos tanques um rei mantém amarrados.
Protestos de amor
Ele.
7 Como és formosa e encantadora,
ó delicioso amor!
8 Teu talhe assemelha-se a uma palmeira,
e teus seios a cachos.
9 Eu disse: "Vou trepar pela palmeira
e agarrar-me às suas frondes".
Teus seios devem ser como racemos na cepa,
teu hálito como a fragrância das maçãs,
10 tua boca, como vinho generoso.
Ela.
Ele flui suavemente para meu amado
deslizando pelos lábios dos adormecidos!
11 Eu sou do meu amado,
e ele arde em desejos por mim.
Canção do encontro
Ela.
12 Vem, meu amado, saiamos ao campo!
Passaremos a noite nas aldeias,
13 madrugaremos para ir aos vinhedos,
ver se as vides lançaram rebentos
ou se já se abrem suas flores,
se florescem as romãzeiras.
Ali te darei o meu amor.
14 As mandrágoras exalam seu perfume,
e à nossa porta há mil frutas deliciosas,
tanto frescas como secas,
que para ti, meu amado, reservei.
Anelos de amor
Ela.
1 Quem me dera que fosses meu irmão,
amamentado aos seios de minha mãe!
Encontrando-te pela rua, beijar-te-ia,
sem que alguém me desprezasse.
2 Eu me farei teu guia para introduzir-te
na casa de minha mãe, que me criou;
dar-te-ei a beber vinho aromático e suco de minhas romãs.
3 Sua esquerda apóia minha cabeça,
e sua direita me abraça.
Ele.
4 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
que não acordeis nem desperteis a amada,
antes que ela queira.
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