Prof.ª Maria Luiza Redentora:

"...Mesmo que para isso tenha que dar minha cara a tapa, e lançar-me na guerra sem armadura,
vou peitar isso tudo mesmo que fique aqui só e insegura..."

sábado, 29 de agosto de 2009

Béradêro

Já faz algum tempo que sempre escuto pessoas me falarem sobre essa música do Chico César. Na verdade costumavam me declamar a letra, que é ótima. Hoje me lembrei disso e baixei o primeiro álbum dele "Aos Vivos", lançado em 1995, cujo primeira faixa é esta. Resolvi então dar uma olhada no youtube e encontrei essa versão dele com a Jazz Sinfônica, em uma apresentação no Palace, em junho de 1996, no extinto Kaiser Bock Winter Festival. Confiram:


Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do Equador
E a voz da Santa dizendo
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor

A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma motorista
É a cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista
O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha céu da boca paulista

Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor os sem teto
Os sem paixão sem alqueire
No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire

A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado verso mudo
Grito no hospital da gente

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