Prof.ª Maria Luiza Redentora:

"...Mesmo que para isso tenha que dar minha cara a tapa, e lançar-me na guerra sem armadura,
vou peitar isso tudo mesmo que fique aqui só e insegura..."

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um fio de esperança


Um salve ao poder judiciário de nossos hermanos do sul. Por decisão da suprema corte argentina desde de ontem o porte de pequenas quantidades de maconha por usuários deixa de ser crime no país. A corte considerou como inconstitucional a criminalização do consumo da maconha por maiores de idade que o façam em local privado. Entretanto, o comércio e o uso em locais públicos continua sendo crime, mas já é um grande passo no debate sobre as drogas no país.
Não poderia deixar passar batido tal notícia. Em oposição direta ao poder judiciário argentino, enquanto lá se descriminaliza o uso, o nosso vem sistematicamente censurando - sim é a palavra mais do que certa para descrever isso - a realização da mundial "Marcha da Maconha" na maioria dos estados, pela suposição, fictícia, de apologia ao consumo da droga. Para nós resta ao menos um ex-presidente (FHC) que tem se proposto a discutir abertamente o tema em fóruns sul americanos.
Além disso, nessa mesma semana começou a ser vinculado em algumas redes de televisão - as que aceitaram - do estado estadunidense da Califórnia uma propaganda em prol da completa legalização da maconha. Lá, onde o uso terapêutico é legal a anos, existe um ostensivo movimento que enxerga na cannabis a solução para os problemas econômicos do estado.
E não é para menos: a cannabis sativa tem diversos fins com utilidade industrial. A fibra da planta é muito resistente e foi amplamente utilizada até o início do século passado quando passou a ser perseguida. Para-quedas, cordas de navio, e diversos outros produtos derivavam da cannabis, conhecida também como cânhamo. Pode-se também fabricar papel e diga-se de passagem com até 1/6 da área que normalmente se utiliza nos processos de hoje em dia.
O óleo da planta é igualmente bom e de também vasta aplicação industrial - algo como o óleo da mamona. Há seus claros fins recreativos, medicinais e ornamentais - sim é uma bela e exótica planta. Enfim, a legalização da produção e comercialização da cannabis traria um aumento de empregos e de receita gerada pelos impostos, além de tornar disponível o dinheiro atual que é investido em seu combate.
Quanto a mim, concordo e também defendo esta tese, por mais que me contente por hora em descriminalizar seu uso.
Este é um tema delicado e conflituoso e merece outros posts mais específicos. Escreverei mais.

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