Prof.ª Maria Luiza Redentora:

"...Mesmo que para isso tenha que dar minha cara a tapa, e lançar-me na guerra sem armadura,
vou peitar isso tudo mesmo que fique aqui só e insegura..."

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Até quando esperar?

Saiu hoje o Ranking da Webometrics que considera USP a 38ª melhor universidade do mundo, sendo a mais bem colocada no Brasil e na América Latina e tendo melhorado 49 posições em relação a janeiro deste ano.

Para além da discussão do mérito de tal ranqueamento, me pergunto: Como é possível entender a dissonância entre a melhora na classificação e os sérios embates políticos internos, com greves cíclicas, sendo que última terminou a pouco mais de 1 mês e meio? Na certa é muita vadiagem, pura baderna política ou maconheira, responderão os jovens-só-me-importo-comigo-de-bengalas de plantão. Mas a verdade que vejo passa bem longe dessa ótica. Partindo do pressuposto que legitima o ranqueamento, não existe um antagonismo entre as partes, mas sim, uma pergunta inquietante que salta aos olhos : Se a Usp consegue melhorar sua classificação e se manter como a melhor na américa latina, apesar de todos os seus problemas internos, em que pé estaria se houvesse de fato investimentos estatais pesados e uma boa política para a melhorar da educação superior? Veja: existem várias USPs. A que recebe dinheiro privado e perde dinheiro público através das fundações, mas que garante o mínimo de infra-estrutura adequada ao ensino. Enquanto há outra que só pouco recebe dinheiro público mas que é incapaz de manter salas de aula sem infiltrações, bem ventiladas e muito menos com acesso a equipamentos multimídia. Quem conhece a Usp sabe que me refiro aqui a FEA e a FFLCH, que utilizo com casos extremos da notória bagunça administrativa que é a Universidade de São Paulo.
É necessário que se melhore as condições de ajuda estudantil, muito criticada por quem não precisa delas, mas que são vitais para quem as utiliza. Além disso, antes que todas as faculdades da Usp corram choramingando por alguns trocados a iniciativa privada, para conseguirem garantir o bom rendimento de seus cursos, é necessário que se aumente o repasse do ICMS, a anos congelado, para a universidade pública, além de se rever a distribuição interna deste. Outro ponto importante diz respeito aos funcionários e professores da universidade, que precisam ter seu trabalho melhor remunerado e valorizado, com reais perspectivas de crescimento profissional, caso contrário somente se encontrará, a exceção de alguns mártires, entre os concursados, professores e servidores desmotivados, e entre os terceirizados e temporários, o medo de ir pra rua, ambas qualidades antagônicas ao melhor rendimento do ambiente acadêmico.

Assim, encarno o neo-hippie sonhador e requestiono seriamente: se estamos assim agora com uma escassez gritante de recursos para a educação superior – e na educação geral como um todo - onde estaríamos se nos puséssemos a valorizar o conhecimento como meta máxima a ser melhorada?

Um comentário:

  1. Adorei de verdade ler seu blog é muito criativo o seu pensar e sentir é dinâmico e é isso que faz toda diferença no seguimento da existência.
    Parabens abraços Heudes

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